sábado, 6 de agosto de 2011

A Realidade e o Ser Superior

Vivemos apenas cerca de 3% de nossa real potencialidade segundo estimativas da ciência atual. O Eu Superior (o espírito) em completa virtude vive engarrafado por nossa frágil moral. Deste modo, percebamos o quão somos inconscientes! Vivemos como se estivéssemos anestesiados ou embriagados sem o devido senso do que somos ou podemos realizar. O Cristo nos revelou: “Vós sois deuses e não sabeis” (João, 10:34). “Vós podeis fazer o que eu faço e muito mais” (João, 14:12). Mas não acreditamos verdadeiramente nestas afirmativas. O mestre zen Osho, nos revela que a maior parte de nossas ações são mecânicas! Reagimos da mesma maneira sempre (como um piloto automático), sem espaço para a mudança efetiva de nosso interior. Não damos espaço para mudarmos o pensamento sobre determinadas situações. E como toda ação parte do pensamento fica muito difícil agirmos de fato. Como exemplo, um momento raro de consciência real em nossa vida seria, se um ladrão colocasse um revólver em nossa direção, ou se aquela odiosa mulher ao seu lado lhe falar que lhe ama. Aí nos encontraríamos em outra posição de realidade, em nossa mente. Somos apegados ao nosso eu inferior, ou ego. Este que está no controle, vive em constante devaneio. Se, interpretamos a vida real (O reino dos Céus!) pela perspectiva inferior do ego, automaticamente a deturpamos e sofremos. A vida real abrange a esfera espiritual e material de nosso ser. Se pudéssemos viver de fato em espírito (em verdade), todos nós teríamos a plena consciência do que em nós habita e a clara percepção de nosso atual caminho evolutivo (Dharma) e a aceitação das grandes provas pelas quais passamos (Karma) no plano terreno. Seríamos prudentes em nos aceitar (e todos ao redor) completamente, por que reconheceríamos em nós a consciência Divina! Penso que essa é a consciência de todos os grande Avatares: Jesus Cristo, Hermes Trismegisto, Buda, Krishna etc. A nossa identidade espiritual é muito limitada, a começar pelo nosso corpo físico. Em nosso campo de ação limitado, passamos a estimular as mesmas regiões cerebrais! A mesma região neural é ativada constantemente, pela mesma rotina, as mesmas pessoas com as quais nos relacionamos a mesma forma-pensamento que é recriada continuadamente... tornando-nos, portanto, presos e escravos dessas imagens errôneas que nossa mente cria sobre nós, sobre as pessoas... sobre todos os momentos. Isso faz com que percamos energia em demasia. Este mundo de ilusões que construímos a partir de nós e sobre tudo que nos cerca é conhecido como Maya pelos indianos. A cada realização de um ato, mais difícil se torna nos desvencilharmos do mesmo. É conhecido que a cada vez que um músico executa uma determinada peça, menos esforço haverá de ser empregado para as execuções em seguida. Isso ocorre pelo fato de as mesmas conexões cerebrais envolvidas serem continuadamente ativadas e reforçadas. Assim também ocorre com os atletas, onde os seus cérebros cada vez menos necessitam “calcular” os movimentos necessários. Os seus corpos devem fazer tais movimentos de maneira automática. Voltando ao foco, podemos visualizar o quanto somos apegados e até viciados às nossas emoções, “as mesmas ações”, “os mesmos pensamentos”... o mesmo ego! Por isso mesmo, creio eu, que a evolução se dá a passos tão largos. André Luiz, nos informa na obra "Libertação" que o espírito humano lida com a razão há pelo menos 40.000 anos e que há milhões de almas humanas que não se afastaram da Crosta Terrestre (Umbrais e vagando pelo plano material) a pelo menos 10.000 anos!! Fugir deste estado ilusório do ser é encontrar a nossa real potencialidade!
As reais potencialidades provêem da capacidade de desapego dos desejos mais íntimos do ego, que se fundamentam na moral defeituosa. O ego busca a felicidade onde jamais a encontrará, pois procura alimentar os seus defeitos e não eliminá-los! Por isso nos revoltamos contra certas ocasiões de nossa vida e que seriam proveitosas para a nossa evolução! O nosso Eu Profundo quer a nossa evolução independentemente do que o ego esteja a desejar, e este por sua vez naturalmente estará focado nos defeitos.
A felicidade encontra-se, portanto, nas novas formas de ser! A harmonia encontra-se no Real, na consciência nova que purifica o nosso sentir, pensar e vibrar. A real potencialidade do ser Superior (Eu Profundo) provêem do desprezo dos desejos fugazes, trazendo de volta ao ser o auto-domínio de suas emoções... fazendo emergir a mente sã, cristalina. Devemos nos libertar do ego que nos domina e nos faz sofrer, baixando a nossa guarda vibracional, nos envolvendo em mantos energéticos negativos e grosseiros, tornando-nos temerosos, ansiosos, e inseguros para viver.
Nesta busca, devemos perceber que a vida material é apenas fruto do espírito. O profissional, a casa, os filhos... tudo em nossa atual encarnação... é totalmente dependente e provêm do Espírito. O inverso não acontece! Assim, por que nos preocupamos tanto? Damos demasiada importância às coisas terrenas quando o Mestre Nazareno nos convida a relegar maior importância às coisas do céu! No jogo da vida, existem apenas dois jogadores: você (o ser Real) e o Criador!
Inclusive o nosso ego é irreal, ilusório! Nada deveria nos impor o medo! Deveríamos ter fé já que somos Deuses! Devemos trazer à tona a consciência do espírito Real (o que somos em essência), eliminando todas as nossas enfermidades psicológicas! Não devemos permanecer na ignorância do ser irreal e que vibra com as coisas fúteis, pueris e passageiras causadas pela nossa inferioridade!! Viver decentemente de acordo com o que pregamos e acreditamos! Não emitir ondas mentais de baixo teor (vaidade, inveja, orgulho, luxúria etc) em direção àqueles que nos impulsionam ao alto! Respeitemos àqueles que nos cercam, enxergando-os como verdadeiros mestres, pais/mães, irmãos/irmãs, filhos/filhas e sem violentá-los! Em paralelo, devemos reconhecer a nossa própria inferioridade e descontrole em não aceitarmos determinados fatos de nossas vidas! Somos mais devedores do que merecedores se ainda habitamos este plano onde o mal prevalece. Vivamos em verdade (em espírito) o momento presente da forma como este se apresente! Se ansiamos o amor, busquemos verdadeiramente vibrando ao alto! Devemos nos desapegar de uma vez por toda do sofrimento causado pelos nossos desejos infundamentados! Não há merecimento algum para aqueles que não trabalham sobre si mesmos, ou pior, para aqueles que pregam a mudança interior e permanecem no erro. Quanta hipocrisia em nossas palavras ao discursar sobre as coisas celestes.

Um exercício para encontrarmos nossa real potencialidade é nos fazer a seguinte pergunta: Quem realmente é maior do que eu nesta vida?! Respostas como os pais, os professores e a escola, o padre e a igreja, o chefe, o governo, o presidente ou a Al-Qaeda não são bem vindas. Não há absolutamente ninguém superior a nós mesmos, senão o Criador que nos fez à sua semelhança! Temos a Consciência Crística em nosso interior, mas escolhemos criar um Deus-humanóide à nossa imagem e semelhança! Por que somos tão inseguros (tal como crianças) se toda a prestação de contas vai direto ao Pai Maior?! Por que não somos capazes de identificar em nós a beleza divina? Acabamos passando o nosso poder aos outros?! A energia que é desperdiçada por nossos devaneios mentais constantes, nos tira a consciência e realça nossos defeitos.

Ficamos impossibilitados de Ser, pois vivemos desejando o Ter.
Mesmo não existindo o merecer.
Frágeis somos por não sabermos amar a nós mesmos.
Não nos aceitamos inconscientemente e somos tão escravos de amor.
Suplicamos amor aos outros, nos relegando à posição de mendigos espirituais.

Para amar a vida e as suas componentes devemos antes de tudo nos amar.
Não sabemos encontrá-lo em nós! Não silenciamos a mente egóica e desejosa, para na quietude das emoções possamos enxergar o Deus que nos habilta. Este é o verdadeiro auto-amor!
Não nos amamos, pois nos permitimos envolver nas teias grosseiras do pensamento, da raiva, das emoções negativas, despejando em nossa corrente sangüínea, os agentes químicos que nos estressam a musculatura e a nossa pressão arterial. Somos assassinos de nós mesmos por não deixar a nossa respiração fluir trazendo o alento da vida (O fluído cósmico universal) que neutraliza os infortúnios da vida mecanizada pelos afazeres. Somos escravos do maior tirano dos tempos modernos, chamado relógio. Quando em verdade (em espírito), somos criadores do tempo.

Nos amar, primeiramente requer amar a Deus e permitir a sua manifestação em nosso Ser. Enquanto não fizermos isso, não poderemos dizer que amamos. Amar é permitir que a Vontade se expresse e que o Pensamento voe em novas alturas, trazendo o alento de novas possibilidades.
O Real Eu é poderoso! Tudo ao nosso redor é renovado quando mudamos a perspectiva das formas-pensamentos inferiores e visualizamos o Reino dos Céus mais claramente. No Reino dos Céus, somos os Reis.

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Formando uma opinião lúcida


           É incontestável que o consenso várias vezes já se mostrou equivocado, dessa forma, é preciso ficar atento às deturpações das revelações divinas, o mundo foi capaz de desvirtuar a mensagem pura do Cristo e fazer barbaridades, o espiritismo não é invulnerável a tais desvios (falando espiritismo aqui na sua  acepção mais pura de organização racional do conhecimento espiritual, que não pertence a grupo, sociedade ou indivíduo em particular, à luz da metodologia científico-filosófica aplicada por Kardec). Cabe-nos o papel de pousar atenção sobre essas questões de legitimidade e conformidade entre as revelações mediúnicas, sabendo aplicar os devidos métodos de análise, que a priori podem parecer rigorosos em demasia, mas necessários.

ACERCA DOS CONHECIMENTOS ORIENTAIS

            É de grande importância que apliquemos preceitos orientais, e relacionemos esses conhecimentos com o espiritismo, no entanto é preciso ter noção de que tais informações podem ser mal compreendidas e interpretadas na sua transição para nossa cultura, em razão da grande disparidade de mentalidades, de modo que terminemos por não poder absorver na essência tais preceitos, mergulhando em um misticismo perigoso; é preciso estudar sim, o conhecimento hindu, budista, os ensinos preciosos do taoísmo, a baghdavah gita, os vedas, os ensinos de Confúcio, as filosofias samurais, os preceitos islâmicos de Maomé, etc, mas com todas as ressalvas da tradição e culturas próprias da região; então, esse apelo ao oriente não deve se assemelhar uma fuga do nosso panorama, a nossa realidade é essa, o nosso campo de ação é essa João Pessoa paraibana num Brasil Sul-americano que guarda grandes demonstrações de fraternidade e solidariedade (diferente de muitos países reclusos a um individualismo tolo), a despeito de seus problemas sociais e políticos;

A RESPEITO DA MISSÃO DO BRASIL

              Certamente não há um povo, país ou etnia superior ao outro, todavia há ambientes mais propícios que outros para a transmissão da mensagem evangélica e universal do amor, e o trabalho da espiritualidade é incessante, encontrando meios de ação onde tais requisitos se oportunizam; onde implantar a semente evangélica num mundo de Europa cientificista-materialista e individualista, uma América do norte imperialista, um Oriente médio bélico e fanático e uma Ásia exclusivista, com o perdão do estereótipo; a escolha temporária da terra brasilis não nos devia impressionar, a inspiração divina já nos mostrou sua inteligência na escolha de um reduto monoteísta judaico para o seu nascedouro, o trabalho só aparece quando o trabalhador está pronto.
             No entanto,  jamais nos consideremos superiores a outras nações, lembrando que o Império romano já foi palco propício para mensagem crística, resguardando expectativas de uma disseminação massiva de seus princípios evangélicos, à época do Imperador Augusto a sociedade romana foi insuflada por uma atmosfera serena e próspera, às vésperas da chegada do Governador Jesus; e, no entanto, tal recinto de esperanças foi o mesmo a deturpar as intenções mais nobres da Boa Nova, fazendo atrocidades mancharem seu nome e significado, e levarem a humanidade ao completo desprezo dos ideais de religiosidade na sua essência. Então abracemos nossos propósitos coletivos com lucidez, sabendo que estamos sendo guiados por uma inteligência superior muito bem organizada e programada, embora nosso sucesso ou insucesso nesses desígnios dependa inteiramente de nossas ações e obras perante as responsabilidades assumidas.

SOBRE A SONDAGEM  DO CONTEÚDO ESPIRITUALISTA

Mas, então, afinal que critério aplicar? qual a informação confiável? qual revelação é a mais adequada?
Tenha certeza de que essa mesma pergunta já perturbou e perturba ainda alguns dos mais sábios homens da humanidade, inclusive Kardec.

primeiramente: por que Kardec?
no século XIX, antes da codificação, não existia um compêndio de informações espiritualistas à maneira do trabalho de Kardec.

Roustaing foi contemporâneo de Kardec e pretendia praticamente os mesmo objetivos que Kardec: uma análise evangélica à luz da espiritualidade; entretanto, há uma distinção importante entre ambos, que é crucial para a escolha de um estudo mais adequado: Enquanto Kardec prezava pela máxima despersonalização das informações colhidas do plano espiritual, aplicando o método científico-filosófico na codificação, contando com o apoio de um grupo de vários médiuns, no qual se excluía do rol dos sensitivos, fazendo o mero papel do jornalista-investigativo espiritual; Já Roustaing rejeitou tais métodos adotando uma postura exclusivista, na qual ele próprio recebia mediunicamente as informações e, ao mesmo tempo, as compilava e interpretava, tornando sua obra um tanto particular e duvidosa.

Por isso é que escolhemos Kardec diante de tantas outras fontes de conhecimento espiritualista ao nosso acesso, seu triunfo maior foi promover a junção da análise racional metodológica com a perquirição filosófico-investigativa à luz da mensagem evangélica constituindo o pilar da religiosidade imprescindível.

Desde então, as portas abertas para comunicação nos trouxeram imensas informações da vida pós vida, vários médiuns surgiram trazendo um grande arcabouço de idéias a serem analisadas e questionadas. E então surge a preocupação: em que médium e espírito confiar? como saber isso?

Certamente devemos buscar a árvore boa do esclarecimento, e isso se dá pela análise dos seus frutos, seus resultados.
O mesmo conclui Kardec quando é perguntado em quem coadunar-se diante de uma divergência bilateral de idéias, "certamente em quem se propor a um raciocínio mais racional e lógico", "o que aplicar o método científico", diriam, entretanto Kardec é simplista ao afirmar "está com a razão aquele que mais acumular dentro de si o mais puro sentimento de amor".

Está aí a razão pela qual Divaldo enfatiza a importância do aspecto moral em detrimento das revelações e informações pomposas e grandiosas a que certos espíritos se propõem a apregoar.

Chico certamente foi cobrado na conduta e disciplina para que as suas mensagens não fossem ofuscadas por atitudes não condizentes com seu teor, e nesse ponto, foi exemplo dos mais notáveis de dedicação e renúncia na existência, valorizando ainda mais suas obras, assegurando, dessa forma, a veracidade de seus escritos, pois tal criatura não poderia estar acompanhada senão por espíritos da mais alta envergadura, por simples aplicação da Lei de sintonia. É por isso que as obras de Emmanuel, André Luiz, Humberto de Campos, etc, são testemunhos tão verdadeiros e incontestáveis; suas obras (muitas escritas entre a década de 30 a de 70)  preconizam informações minuciosas de descobertas que foram confirmadas apenas nesse milênio pela comum ciência, verdadeiros instrutores do além.

Somos profundamente agradecidos pelos seus esforços. 

Para encerrar, uma frase do filme Ágora (ou Alexandria), de Hypatia: “Se você não questiona o que você acredita, então você não acredita. Eu tenho que questionar”